quinta-feira, 28 de março de 2019

Dance Of Days

Dance of Days, época de "a história não tem fim"
Nos anos 2000 algumas bandas marcaram a adolescência de muitos emos, e uma delas era o DOD, que vinha com uma sonoridade até então inédita aqui no Brasil, no entanto, classificar o DOD para um gênero é uma severa injustiça. Eles tinham uma estética meio Emo -gótica e suas influências musicais eram de vários gêneros como Pós punk, Emo, Post HC, hardcore melódico, que hora ia de The Cure, The Smiths, Joy Division , At Drive in, Lifetime, Cólera e indo até próximo de bandas Emo hardcore Straight Edge.
Eles desenvolveram um som meio desleixado, especialmente com gritos de Nenê Altro, as vezes ganindo  vocais, choramingando, cantando  que nem louco, que para alguns pode ser um fracasso ou algo bom, outa coisa é a estrutura musical. Claro, DOD não faz nada de incrívelmente técnico ou complicado. ISSO É PUNK.
Meus destaques vai para o "A história não tem fim", este disco marcou a história da música nacional. Vale lembrar que eles começaram a cantar em português, nadando contra toda a corrente de 90% das bandas de hardcore da época. O disco abria com uma música contra homofobia chamada Se Essas Paredes Falassem e vendeu 18.000 cópias defendendo “um outro lugar onde marte ama marte e vênus possa passear de mãos dadas com vênus sem se preocupar". Esse foi um choque numa cena que, por mais que fosse formada por gente que se dizia serem punks. Existia muito preconceito, principalmente o lance de homofóbia., mas também falando temas como ateísmo (Vinde a Mim), contra a luta partidária (Corvos do Paraíso), contra a opressão do sistema de trabalho (Carro Bomba) e outros temas mais pessoais e políticos... Coração de Tróia album muito querido pelos fãs do quinteto, riffs e harmonias que passeiam pelo pós Hardcore, Emo e pelo punk rock são recheadas com letras metáforicas que usam e abusam de referências pop, mitológicas e  literarias que vão desde a mitologia grega e romana, com sentimentos e filosofia. Veja versos como "Pandora, agora é tarde demais/ O Zyklom B está por toda parte/ e estáticos frente a comerciais/ movemos dínamos e engrenagens:/ Trabalhar e prosperar,/ estudar e alcançar/ o Nirvana patriarcal/ Aprender a processar/ e a parcelar as dívidas./ Kafka, morfina e anthrax." "De correção ou sprays na parede dão a nova ordem./ Garrafas acesas de ódio e napalm/ queimam as flores de Vandré no jardim." "Nos olhos da Guernica ( Um curto verão em La mancha)".
Já o disco a valsa das águas vivas é muito mais pop, as letras estão menos
complexas/metáforas do que em "Coração de Tróia", mas com um ótimo conteúdo também. Destaques para faixas "Um dia comum", "Adeus Sofia", que trás participação da Fernanda Takai (Pato Fu) nos vocais em uma música simples, pop e envolvente. Esse disco vem com várias participações de nomes além de Fernanda Takai, Henrike (Blind pigs), Jair (Ludovic), Badaui (Cpm22) que é a mais comercial do disco. Um canto Para Caronte (Ou como A Manticora Aprendeu A Voar)", Músicas como "Quando O Dia Aquece Sementes Mortas (A Amarga História Do Rei Do Nada)", única música mais caótica do álbum.  Pra fechar tem "A Vitória (ou coisa que o valha)", canção muito boa. Lírios Aos Anjos" tem uma arte gráfica dark que lembra bastante bandas goth-punks, são 12 faixas com influência de bandas pós punk e Emo.  Lírios Aos Anjos vem com letras simples mas longe de serem bobas. Pra encerrar, o DOD continua com seu trabalho, mas eu vejo que seus outros  álbuns, eles foram deixando de lado alguns clichés emo KKK. Por isso resolvi parar por aqui mesmo e deixar os outros álbuns pra depois quem sabe né?.
Dance Of Days marcou os dias de muita gente por aí. Como o Koala do Hateen diz, o Dance Of Days faz parede falar, leva a molecada às estrelas etc...
Discografia

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